Voltem à fortaleza, ó prisioneiros da esperança; pois hoje mesmo anuncio que restaurarei tudo em dobro para vocês. Profeta Zacarias 9:12
Prisioneiros de esperança, longe da fortaleza.
Eu li esse texto de Zacarias 9, e o chamei de prisioneiros de esperança, porém para dizer o que tenho pra dizer hoje também poderia ter lido aquele que diz: Aqueles que o meu pai me deu ninguém os arrebatará da minha mão,
ou O que vem a mim de maneira nenhuma lançarei fora, Ou ainda agora nenhuma condenação há para quem está em cristo Jesus, ou, Aquele que crer em mim não entrará em condenação mas passou da morte para a vida, ou muitos outros textos bíblicos que garantem vida eterna com Jesus para aquele que crê.
Então baseado nisso eu quero falar sobre a marca da promessa, ou prisioneiros de esperança. E o texto que lemos, como qualquer um dos que citei, fala de uma esperança. Uma esperança que não morre, que nos fez ressuscitar com Cristo, que nos levanta todos os dias, apesar das nossas fraquezas.
Eu quero falar com e sobre aquelas pessoas, que creram no sacrifício de Jesus na cruz, mas como dizia o meu saudoso Pr Antonio Rodrigues da Costa, vivem com um pé na igreja e outro no mundo.
E como não existe meio termo, dizia ele, essas pessoas são prisioneiros de esperança, porque apesar de gemerem nas garras “do curso deste mundo”, e já ter perdido quase por completo a semelhança com o filho unigênito de Deus, eles mantém uma esperança, no dia em que todos nós, os filhos, aguardamos o momento que nossos corpos serão transformados em corpos incorruptíveis, por que o selo que ele colocou em nós, nos dá essa esperança. O selo é o penhor, a garantia, é o Espírito Santo que habita nos que crê.
O profeta Oseias e a experiência de viver uma mensagem.
Esse texto de Zacarias 9- 12 resume uma situação de encurralamento, da relação dos filhos de Deus com Deus, durante toda a história. Porque o que ele diz é uma descrição sintética, daquilo que quem conhece a relação de Deus com seus filhos na bíblia, percebe com enorme clareza, o fato de que a relação de Deus com aqueles que se dizem seus filhos, no curso da experiência humana na terra, tem sido uma relação apaixonada, passional, freqüentemente conturbada, angustiada e sofrida, porém absolutamente fiel da parte de Deus.
Quando a gente lê a bíblia a partir do livro de gênesis, o que a gente vê é isso, uma luta tremenda de Deus tentando manter, aqueles que são seus filhos perto de Si, Ao mesmo tempo em que esses filhos estão constantemente, se distanciando dos caminhos dEle.
De vez enquanto a gente vê Deus os deixando seguir os seus próprios caminhos, servir outros deuses se tornarem escravos, até que Deus volta e os restaura e os coloca de pé novamente, para logo depois acontecer de novo.
Uma das grandes mostra deste relacionamento na bíblia entre os filhos de Deus com Deus, está na vida do profeta Oseias. O Profeta Oseias, é chamado, não para pregar uma mensagem, mas para viver uma mensagem. Ele é convidado para representar o papel de Deus, na novela de Deus com seus filhos.
E Deus o chama; Oseias, que era um padeiro que até ali tinha uma vida absolutamente normal, calma, tranqüila, mas Deus entra no coração dele e lhe dá uma tarefa extremamente desgraçada. Deus diz para Oseias, escolhe uma prostituta, uma Rameira como se diz lá na Bahia, escolhe uma puta e se case com ela, depois vocês leem o livro de Oseias.
Ai, Oséias vai e se casa com Gomer, e tem filhos com ela, e o nome dos seus filhos eram nomes de desgraças, de catástrofes para representar o sentimento de Deus em relação ao seus filhos.
E Oseias segue vivendo o papel de Deus, um Deus que se via casado, fielmente casado com uma prostituta. Com uma mulher adúltera. E a bíblia diz nos capítulo dois do livro, que Gômer se dava de tal maneira aos homens que faziam fila na porta da casa do Oseias à noite. Ele era padeiro.
Essa situação da vida de Oseias é tão constrangedora, que chega um momento, que numa manhã quando Oseias chega em casa e encontra sua mulher na varanda da casa recolhendo os alimentos, que estava ali,
E ela diz a Oseias, está vendo, meus amantes são tão bondosos que trazem alimento para mim.
Ai o Oséias diz: esses alimentos sou eu que os trago pra você. Sou eu que continuo sendo fiel, sou eu um corno manso, que mantenho o nosso casamento mesmo nesta situação. Como os filhos de Israel que agradecem a baal e a moloque a graça, a providência que Deus sempre colocou em suas mãos.
Mais eu continuo fiel, diz Deus, mesmo que da parte de vocês eu só encontro volubilidade, tem dias que vocês me amam, tem dia que vocês não me amam, tem dia que vocês diz que sem mim vocês não podem viver, tem dia que vocês são meus, e tem dias que vocês não são meus. há dias que vocês diz que sem mim vocês não consegue viver, há outros dias que parece que a única chance que vocês tem de vida é longe de mim.
Então, porque vocês são assim, que o Oséias está tendo de carregar e encarnar essa mensagem de dor e vergonha. Porque é o Oséias os escolhido, para encarnar a dor do coração de Deus nesta relação frequente com cada um de nos e com o seu povo na terra. Por que sempre foi assim, Israel ilustra apenas uma coisa que não mudou.
É só olhar para a igreja nos dias de hoje, as pessoas não querem ter uma vida com Deus. Preferem seguir seus próprios caminhos, mesmo que estes caminhos sejam os caminhos do filho pródigo. ou da parábola que você quiser eleger.
Essa é a discrição, é Deus dizendo para seus filhos; Olhem, voltem pra mim, voltem para fortaleza, porque sem mim vocês não vão conseguir ter vida, vocês são prisioneiros de esperanças, eu prometo que se vocês voltarem eu restaurarei tudo em dobro. Porque vocês estão tentando viver uma vida ligada a mim longe de mim.
Muito de nós aqui, talvez você que esta lendo isso, seja também um prisioneiros de esperanças, sabemos o que é isso, o que é tentar viver longe de Deus, conhecendo Deus, é um cativeiro horrível, a alma sofre, se angustia, mais todas as vezes que dói vocês gritam por Deus.
Deus está preso a nós, pelo seu juramento.
É um cativeiro que vai aos poucos destruindo sonhos e projetos. Porque sem Deus sabemos que nada é possível.
A pergunta que vem pra gente é, por que é assim? E as respostas são simples e são só duas. A primeira é que Deus está preso a nós pela sua fidelidade, quando você lê a palavra dEle, essa é a realidade que fica clara e contundente. Deus também está preso a nós, pela sua palavra,
Deus está preso a nós, pelo seu juramento, Ele jurou e não se arrependerá. É o que se diz acerca dÉe. Ele olhou pra cima e não tendo ninguém superior para jurar, jurou por si mesmo.
Não tinha ninguém acima dele, o único que podia validar Deus era Deus, ai Deus Jura por si mesmo, pela sua palavra, pelo seu caráter, pela sua integridade, pela inabilidade do seu próprio ser, pelo seu compromisso com a sua criatura, pelo seu compromisso com o seu amor, Deus JUROU por ele mesmo.
E não se arrepende logo depois, Ele não pôs a mão na cabeça e disse: onde eu estava com a cabeça, quando jurei fidelidade a esse povo pra sempre? Deus não se permite nem uma chance de arrependimento em relação a nós.
Ele chega ao ponto de dizer por Paulo, o que é uma síntese da relação de Deus conosco, que é o seguinte: Porque se nós o negarmos, Ele por sua vez, também nos nega, mas se todavia formos infiéis, ele no entanto permanece fiel, porque não pode negar a si mesmo
Então quando eu o nego ele me nega. Mas quando eu sou infiel, Ele não consegue ser infiel a mim, porque seria uma negação dEle mesmo, e Deus não pode negar a si mesmo.
Então ele é fiel para comigo por causa dEle mesmo. É o que me garante, porque se a fidelidade de Deus, tivesse como parâmetro a nossa fidelidade quem é que sobreviveria neste planeta?
Sabendo disso eu posso viver, porque ele não se nega nunca, ele não muda porque eu mudei, ele não fica mal porque me tornei mal, ele não se torna indiferente a mim porque eu me tornei indiferente a ele, ele não se aliena de mim porque eu me alienei dele, ele se mantém integro. A palavra diz que ele é aquele que não muda, em quem não há sombra de variação. Ele é o mesmo.
Agora quando eu o nego, ele me nega, não foi isso que Jesus disse. Aquele que me confessar eu o confessarei diante de meu pai que está no céu, porém aquele que me negar eu o negarei diante do meu pai que está no céu.
Porque a negação é o estabelecimento da razão consciente, dizendo não quero, não conheço, não é meu, não tenho vínculo, eu não o reconheço em mim. A negação é uma decisão minha, que ele respeita, eu estou dizendo, eu não sou dEle. E é um direito que eu tenho de não ser.
Agora um direito que ele não se permite é quando eu, mesmo dizendo que sou dele, e vivo como se dele não fosse, Ė aí que está a passionalidade. Ele não se permite me negar porque eu o nego com minha vida. se eu ainda o sustente com a minha consciência.
Minha razão sabe dEle, minha fé crê nEle, dentro de mim eu sei quem Ele É, mais a minha vida o nega, ele todavia permanece fiel, porque não pode negar a si mesmo. Eu, quando na minha conciência, decido não quero ser mas dele, Ele diz fica livre, enquanto isso ele está preso a nós por sua própria palavra.
Medite na parábola do filho pródigo, o filho pródigo nunca deixou de ser filho, quando estava gastando o dinheiro do pai com farras e festas com os amigos. ou deixou? Claro que não, se eu sou infiel ele por sua vez permanece fiel.
Porém quando eu decido que não quero ser mais dele, ele diz fica livre, enquanto isso ele está preso a mim pela sua fidelidade, a sua própria palavra, esse é o aprisionamento de Deus em relação a mim. Com certeza você conhece alguém que está vivendo neste limbo, prisioneiros de esperanças, que estão tentando viver uma vida ligada a Deus, longe de Deus.
Prisioneiros de esperança é saber que sem Deus não há vida
A segunda razão que a gente vive nessa relação de, entre tapas e beijos, essa relação passional que não fecha nunca, e ainda assim sobrevivemos, é porque aquele que creu nele um dia, que teve no seu espírito recebido a semente eterna de Deus, quem teve um real encontro com Deus, quem teve o seu espírito recriado, que nasceu de novo, que passou da morte para a vida, e sabe disso.
Essa pessoa não tem mais paz longe dos caminhos de Deus, ele pode cair, ele pode se esfolar todo, pode ir pro cativeiro, ficar por lá um tempo, mas na sua consciência ele sabe que Deus não o deixará para sempre, ele não permitirá que o seu corpo prove a corrupção.
A pessoa que sabe isso na sua consciência, nunca mais terá paz longe de Deus, esse só tem uma saída, se reconciliar com Ele; Do contrário é a pior vida que existe. O escritor do Eclesiastes falou sobre isso também. Alias não foi o Salomão que falou, foi Deus mesmo que disse que não teríamos paz longe dEle.
A pergunta é, o que significa para nós aqui hoje, ser prisioneiros de Esperança? Tem duas aplicações que eu quero que vocês guardem, dentre muitas,
A primeira: é que ser prisioneiros da Esperança e saber que sem Deus não há vida, isso todos nós que estamos aqui sabemos, e é isso que nos coloca numa situação diferenciada da maioria dos seres humanos que a gente conhece.
Às vezes você fica vendo pessoas viverem vidas ante vidas, e a existência delas é ainda melhor do que a nossa, aí a gente fica se perguntando porque? E a resposta é: porque nada é pior na vida do que este ser e não ser, esse não entregar e se para Deus,
Jesus disse a Igreja de Laodicéia: que algo insuportável para Deus era a indefinição do ser, e por isso Ele estava a ponto de os vomitar de sua boca. Só que depois que você sabe que sem Deus não há vida, tudo tentativa de viver a vida sem Deus, torna-se uma angústia permanente.
Porque você sabe que Ele está aí, ele está presente, toda tentativa torna-se em agonia da alma. Uma aflição que você não sentiria se não tivesse conhecido o que hoje você conhece. É quando o segundo estágio fica pior do que o primeiro.
É quando você não tem mais a possibilidade de dizer, eu não sei. E daí para frente tudo que você sabe, sabe contra si mesmo, até o dia que você decide saber ao seu favor. E você só decide saber a seu favor quando decide se entregando e não tentando estender a corrente que te prende, para longe, porque sem Deus não há vida..
Prisioneiros de esperança é ter a nostalgia dos salmões.
Em segundo lugar, é saber que ser prisioneiros de esperança e saber que não há caminho que te satisfaça sem Ele, Você pode ter tudo, pode alcançar tudo, sem Ele a vida não tem graça, outra vez Salomão no eclesiastes, confirma o que digo aqui.
Isso gera em nós a nostalgia dos salmões, eu não sei se vocês sabem, mas, os salmões nascem sempre acima de uma corredeira, e quando ele começa a se desenvolver ele desce corredeira abaixo, e desce por quilômetros.
A maior parte da sua vida ele vive longe da sua origem, longe do lugar do seu nascimento. Mas de repente começa nele, um processo de morte, ele atinge a meia idade, e o corpo começa a se transformar. Significa que ele vai ter que começar o caminho de volta, porque o salmão não consegue gerar nada longe do berço, o salmão só reproduz onde ele nasceu,
Então ele começa uma jornada de volta rio acima, quilômetros nadando contra a correnteza, enfrentando predadores, pulando muitas vezes na boca dos ursos. porque a vida dele só terá sentido na sua origem; a vida só encontra razão no lugar de onde ele veio. Assim é ser um prisioneiro de esperança, é carregar dentro de si a nostalgia dos salmões.
É aquela certeza que a vida não tem sentido, não se realiza, não tem graça, se ela não encontrar a sua razão de ser, sem encontrar o seu propósito original, pelo qual ela veio a existir.
Assim são aquele que encontram Jesus, na cruz do calvário, mas não prosseguiram na jornada, não desenvolveram a sua salvação, o motivo pela qual ele veio a esta terra, aconselha Paulo em Fil 2:12,
Ser prisioneiros de esperança e viver sem sentido, sem nunca ter despertado em si mesmo a nostalgia dos salmões, foi que o profeta diz no texto que lemos no início: Voltem à fortaleza, ó prisioneiros da esperança; pois hoje mesmo anuncio que restaurarei tudo em dobro para vocês. sem Deus não há vida.
Se não você, com certeza você tem um amigo, ou uma amiga, que pode estar sofrendo a nostalgia dos salmões. Faça a sua parte, envie já o link desse artigo para ele. A intenção é despertar nos milhões de prisioneiros de esperança, a nostalgia dos salmões, para que eles comece o caminho de volta para a fortaleza.
“que o Senhor te abençoe e te guarde….)
Siciadriano, Melrose, Friday, 16, março,2007.